O ebola é uma doença infecciosa rara e frequentemente fatal causada pelo vírus de mesmo nome. A enfermidade – que se manifesta como uma febre hemorrágica – foi descoberta em 1976 e desde então ainda não foi possível encontrar uma cura para a doença. Ao longo da História, algumas epidemias chamaram a atenção e inspiraram até mesmo filmes, como “Epidemia”.
Neste momento, a região oeste da África passa pela pior crise de ebola já registrada. De acordo com os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) – que mantém as informações atualizadas sempre que novos casos são identificados –, 528 pessoas foram infectadas e 337 morreram por conta da doença. Esses números são mais expressivos do que a última epidemia, em que 426 pessoas foram infectadas e 172 morreram em Uganda, em 2000.
Mas, mais do que infectar e matar um número maior de pessoas, a atual epidemia é geograficamente mais abrangente. Casos já foram registrados em Guiné, Serra Leoa e Libéria. Algumas vítimas foram identificadas em Conakry (capital de Guiné) e em uma cidade a 64 quilômetros de Monrovia (capital da Libéria), e isso preocupa os especialistas porque as doenças se espalham mais rapidamente em áreas densamente povoadas.
Organizações de apoio estão criando clínicas de emergência e empregando centenas de profissionais de saúde de dentro e fora do país. “A epidemia está fora de controle”, afirmou o Dr. Bart Janssens, diretor de operações do programa Médicos Sem Fronteiras em um comunicado no início da semana.
A ebola é uma doença terrível em todos os sentidos – ela se dissemina rapidamente, é cruel e mortal. Trata-se de um tipo de febre hemorrágica que faz com que o sangue tente escapar do corpo. Por esse motivo, alguns dos sintomas são inchaço nos genitais, sangramento nas orelhas, nariz, olhos, boca e ânus e erupções cutâneas que contêm sangue. A transmissão do vírus ocorre através do suor, do sangue, da saliva e de fluidos sexuais.
Quais são os riscos que corremos?
As pessoas que possuem mais chances de serem infectadas pelo ebola são familiares, amigos e vizinhos das vítimas. Impedimentos para viagens ainda não foram estabelecidos e, apesar dos passageiros que passam pelo aeroporto de Conakry terem sua temperatura medida para poder embarcar, as autoridades responsáveis não acreditam que a epidemia não esteja propensa a se espalhar globalmente.
“É preciso ter um contato próximo com os fluidos corporais de uma pessoa infectada para que ocorra a transmissão entre humanos”, explica Donda Hansen, especialista do Centers for Disease Control. “O vírus está se espalhando porque as pessoas infectadas estão cruzando as fronteiras em busca de tratamentos que elas julgam melhores, as famílias estão transportando seus parentes que morreram por conta do ebola para enterrá-los em outros locais, outros se recusam a receber cuidados médicos por medo”. Ainda, existem comunidades locais que cultivam rituais que consistem em lavar o cadáver e comer no mesmo ambiente, o que é uma boa maneira de pegar a doença.
Os profissionais do Médicos Sem Fronteiras, da Organização Mundial da Saúde, da Cruz Vermelha e de outras organizações estão trabalhando juntos para combater a epidemia. Ainda não é possível prever o caminho que o surto epidêmico vai seguir, mas os especialistas acreditam que ele deve durar por pelo menos seis meses – embora isso pareça uma eternidade para os médicos e pacientes que lidam com essa enfermidade devastadora.
DÍSSA;)
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