Pesquisadores acreditam que ratos que vivem na região sejam os hospedeiros do novo agente letal.
Em junho de 2012, três homens que trabalhavam em uma mina de cobre no sudoeste da China apresentaram sintomas de uma pneumonia severa e morreram. Seis meses depois, os pesquisadores resolveram investigar a região na tentativa de encontrar possíveis agentes causadores de doenças. Depois de recolher amostras de morcegos, ratos e outros animais do interior da caverna, os especialistas acreditam ter encontrado um novo vírus, que pode ser o responsável pela morte dos trabalhadores.
Os genes do novo vírus lembram a estrutura de outros agentes – conhecidos como henipavírus (da família Paramyxoviridae) – que também são letais. O que eles têm em comum é o fato de serem transmitidos por animais selvagens que têm sua alimentação baseada em frutas, principalmente por uma espécie de morcego conhecida como “raposas voadoras”.
Um deles é o Hendra vírus, descoberto há 20 anos na Austrália quando começou a matar cavalos. Desde então, quatro pessoas que entraram em contato com os cavalos infectados também morreram. O outro agente é o Nipah vírus, que se manifesta periodicamente no sudeste da África desde 1998. Já o último tipo, conhecido é o Cedar vírus, teve seu primeiro registro em 2012 na Austrália e aparentemente não atinge humanos.
Um novo vírus letal
O novo vírus encontrado pelos chineses ganhou o nome de Mojiang paramyxovirus (MojV), em referência à cidade chinesa em que foi descoberto. Por suas semelhanças genéticas, o agente pode ser incluído no crescente grupo dos henipavírus.
Testes revelaram que os morcegos e musaranhos (pequenos mamíferos que se alimentam de insetos) que vivem na caverna não apresentavam vírus do tipo henipa em seu organismo. Por outro lado, três ratos estavam infectados. “Não é surpresa que tenhamos encontrado sequências dos henipavírus nos roedores”, afirma Lin-Fa Wang, que lembra que os ratos são hospedeiros naturais de alguns paramyxovírus.
As três vítimas da cidade de Mojiang morreram logo antes dos cientistas chegarem ao local, o que impediu que eles pudessem estabelecer uma relação direta entre a infecção e o MojV. Para dar sequência a este estudo – que foi publicado no periódico Emerging Infectious Diseases –, os pesquisadores investigaram outras 38 espécies de morcegos em toda a China e não encontraram o vírus letal. Por esse motivo, o próximo passo dos pesquisadores e estudar os roedores com mais atenção na tentativa de descobrir maiores detalhes sobre o micro-organismo.
Dissa;)
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